quarta-feira, 31 de março de 2010

STORYBOARD


Trecho do Texto da ASSOCIAÇÃO DE ENSINO TATUIENSE CURSO DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA do professor FERNANDO CÉSAR OLIVEIRA DE CARVALHO

Storyboard, palavra de origem inglesa, é um painel com desenhos seqüenciados; como se fosse uma estória em quadrinhos. Esse roteiro visual é imprescindível para a produção de qualquer projeto de arte seqüencial.

Quem faz storyboard é um profissional muito solicitado. É assim no mundo inteiro. Para justificar sua importância, pode-se dizer que o storyboard está para a arte seqüencial, assim como a planta está para a arquitetura. Sempre que se for produzir cinema, vídeo, comercial, áudio-visual, desenho animado, ou até mesmo uma estória em quadrinhos, precisa-se preparar antes um storyboard. Por isso, um storyboard-man (storyboardista) será sempre bem remunerado. Para se aprender essa criativa atividade, basta saber desenhar um pouco e se tiver alguma noção de quadrinhos, então será moleza!


DESENVOLVA SUA VISÃO DE CAMERAMAN

Treine seus olhos para enxergar como a lente de uma câmera. Reeduque seus olhos, evitando olhar de forma abrangente. Você deve desenhar uma cena de storyboard rigorosamente dentro do formato padrão de um fotograma. No cinema, o storyboard é muito usado, devido à necessidade de planejar as tomadas de câmera. Salvo raras exceções, o quadro imaginado coincide com o quadro filmado.O olhar humano enxerga de forma abrangente, em um ângulo bem aberto, e sua acuidade é prejudicada com a distância. A visão de uma câmera pode captar qualquer detalhe ou trecho de um amplo cenário, graças aos recursos da lente (tele ou zoom). Para registrar uma cena panorâmica bem ampla, basta adaptar uma lente grande-angular na câmera. Mas, aí encontramos um problema: a imagem sai bastante distorcida, evocando o efeito visto através da lente de um “olho mágico”; aquele que colocamos na porta de nossas casas.



quinta-feira, 25 de março de 2010

UM DOCUMENTO CHAMADO ROTEIRO

Hoje disponibilizo pra vcs um texto de Fernando Marés de Souza sobre roteiro.

“Porque o roteiro é o sonho de um filme”

Jean-Claude Carrière

O QUE É UM ROTEIRO

A grande maioria das pessoas nunca segurou um roteiro nas mãos, mas se questionadas sobre o que é um, poucas não tentariam responder. Muitos acertariam a resposta, poucos conseguiriam se aprofundar na definição.

Alguns se equivocariam, na crença que o roteiro é a história de um filme. O roteiro conta a história de um filme, mas não é a própria história. A história contada em um filme pode ser a definição de Argumento, mas isso também, já é outra história.

Uma ida a prateleira de livros pode clarear bem as idéias. Dicionários sempre são uma boa ferramenta para autodidatas:

“Roteiro: Documento que contem o texto de filme cinematográfico, vídeo, programa de rádio, etc." - Dicionário Novo Aurélio

Definição perfeita. O “etc” é uma bela sacada, pois se exime da responsabilidade pelo que ficou de fora. Vamos tentar fazer justiça aos não discriminados pensar nos variados meios que se utilizam deste documento chamado de roteiro: cinema, vídeo, televisão, rádio, quadrinhos, hipermídia (interativos como hipertexto, games e cd-roms), e por que não, teatro, apresentações, eventos, shows, e para não passarmos vexame, etc.

Na prática, alguns assaltos, assassinatos e atos terroristas também se utilizam de um roteiro, mas melhor deixar isso de lado, pois este manual se propõe a ser sobre Roteiro Audiovisual:

“Roteiro: Texto que desenvolve um argumento e que indica como deve realizar-se qualquer tipo de obra audiovisual.” - Diccionário del Guión Audiovisual

Certo, mas agora temos que voltar a prateleira para saber o que é Audiovisual. Para nos poupar disto, ofereço uma definição mais completa:

“O Roteiro Audiovisual é um documento escrito que desenvolve uma história e indica como deve realizar-se uma obra para um meio que transmite mensagens através de som e imagem, como o cinema e a televisão.” - Fernando Marés de Souza, usando um par de dicionários e um pouco lógica aristotélica.

Devidamente alçado ao panteão dos criadores de definições, vamos ver o que os teóricos sobre o assunto podem nos contar:

“O Roteiro é a forma escrita de qualquer audiovisual. É uma forma literária efêmera, pois só existe durante o tempo que leva para ser convertido em um produto audiovisual. No entanto, sem material escrito não se pode dizer nada, por isso um bom roteiro não é garantia de um bom filme, mas sem um roteiro não existe um bom filme". - Doc Comparato

Interessante esta história de efêmero. Já ouvi dizer que o destino do roteiro é a lata de lixo depois de ser utilizado, mas será verdade? Ainda não é o momento de responder. Mais saiba que a maioria pensa assim:

“O roteiro representa um estado transitório, uma forma passageira destinada a desaparecer, como a larva ao se transformar em borboleta. Quando o filme existe, da larva resta apenas uma pele seca, de agora em diante inútil, estritamente condenada à poeira. (...) Pois o roteiro significa a primeira forma de um filme. E quanto mais o próprio filme estiver presente no texto escrito, incrustado, preciso, entrelaçado, pronto para o vôo como a borboleta, que já possui todos os órgãos e todas as cores sob a aparência de larva, mais a aliança secreta (...) entre o escrito e o filme terá chances de se mostrar forte e viva.” - Jean-Claude Carrière

Lindo e poético, mas muito metafórico para um roteirista. A indústria exige algo mais simples e direto:

“Roteiro é uma história contada em imagens, diálogo e descrição, localizada no contexto da estrutura dramática." - Syd Field

Estrutura dramática. O autor gasta uma página e introduz uma dúzia de novos conceitos para explicar o que é isto. Será que alguém consegue sintetizar? Sempre existe alguém disposto a tentar:

“O Roteiro é uma história contada com imagens, expressas dramaticamente em uma estrutura definida, com início, meio e fim, não necessariamente nessa ordem.” - Chris Rodrigues

Bem melhor. Começo, meio e fim. Isto me lembra que a lista de definições pode ser interminável, sendo que a semelhança entre elas é aparente.

“Os americanos chamam-no screenplay, uma peça para a tela, de maneira a distinguí-la da simples play, destinada ao placo. Os franceses o chamam de scenario, para designá-lo como um conjunto de cenas. E nós o chamamos de roteiro. E não é uma má palavra para o caso. Roteiro é uma rota não apenas determinada, mas “decupada”, dividida, através da discriminação de seus diferentes estágios. Roteiro significa que saímos de um lugar, passamos por vários outros, para atingir um objetivo final. Ou seja: o roteiro tem começo, meio e fim - conforme Aristóteles observou na tragédia grega como uma necessidade essencial da expressão dramática." - Luiz Carlos Maciel

Depois de tantas definições, você pode usar um pouco de lógica aristotélica e construir a sua.

segunda-feira, 22 de março de 2010

O que é Edição linear e não-linear? - Parte 2

A forma de se trabalhar a edição de um vídeo no computador varia de software para software, mas a grande maioria dos programas trabalha utilizando os modos denominados timeline. A aparência visual da área de trabalho (workspace) pode ser configurada conforme as preferências do usuário, em maior ou menor grau de acordo com o software utilizado. Alguns softwares como o Adobe Premiere e Final Cut Pro utilizam comandos em menus padrão do Windows e Mac (File, Edit, ...), outros como o Liquid Edition da Pinnacle utilizam comandos dispostos em botões lembrando uma mesa de edição e outros como o Studio9 também da Pinnacle, utilizam interfaces intuitivas como o desenho de uma câmera que ao ser clicada executa determinadas tarefas.

Na medida em que o vídeo vai sendo editado, é possível visualizar o resultado até o momento, numa operação denominada preview. Através desta operação, uma janela do programa permite verificar no modo PLAY trechos selecionados da timeline. Os efeitos e transições acrescentados ao áudio e vídeo que está sendo editado nem sempre podem ser visualizados instantaneamente. Necessitam ser processados pelo computador, em uma operação denominada renderização. Renderização é o processo pelo qual pode-se obter o produto final de um processamento digital qualquer. O processo de tratamento digital de imagens e sons consome muitos recursos dos processadores, e pode tornar-se pesado de forma que sua realização em tempo real fica inviável. Neste caso, os softwares trabalham em um modo de baixa resolução para poder mostrar uma visão prévia do resultado. Quando o projeto está concluído, ou em qualquer momento que se queira fazer uma aferição de qual será o resultado final, faz-se a "renderização" do trabalho.

A qualquer momento o processo de edição pode ser interrompido e a composição das cenas, efeitos e transições montados até o momento na timeline podem ser armazenados (salvos) em um arquivo específico do programa, dentro do micro. No entanto este arquivo não é ainda um arquivo de vídeo (".avi" “.mov” por exemplo) e sim um arquivo particular do programa com dados e informações de tudo o que foi trazido até o momento para a área de edição e de tudo o que foi efetuado.

Para transformar estes dados em um arquivo de vídeo final (terceira etapa) é necessário o uso de comandos específicos de cada programa. Assim, no Adobe Premiere, por exemplo, as opções File / Export Timeline / Movie consolida as diversas trilhas sobrepostas, efeitos e transições de áudio e vídeo em um único arquivo, tarefa que exige também a operação de renderização. Ao término deste processo, as transições e efeitos incluídos no vídeo não podem mais ser alterados, da mesma forma que um texto já impresso no papel não pode mais ser alterado. No processo é possível determinar o formato final do arquivo gerado, como por exemplo ".avi". Arquivos deste tipo podem ser armazenados no micro para uso em outros processos de edição ou até mesmo dentro do mesmo processo. É comum, para facilitar o trabalho (e "limpar a timeline") consolidar trechos já prontos em um arquivo de vídeo único.

Outros formatos podem ser escolhidos para geração do arquivo final, como MPEG1 (para gravação de VCDs) ou MPEG2 (para gravação de DVDs em menor compressão e SVCD em maior compressão) para saída em discos ópticos por exemplo, ou Quick Time, RealMedia, Windows Media, MPEG4 e outros para visualização através de micros e Internet. Ao término do processo de geração do arquivo final, o vídeo está pronto para ser gravado no disco (através de um gravador de CD/DVD) ou utilizado na Internet.

Se a saída desejada for analógica (por exemplo, um VCR gravando uma fita VHS) ou digital no formato DV (por exemplo uma câmera digital gravando uma fita Mini-DV), é possível reproduzir o arquivo ".avi" existente na timeline: neste momento, através da saída FireWire o sinal digital pode ser gravado na fita.

A edição do formato HDV é feita através do mesmo cabo FireWire utilizado no formato DV. No formato DV o sinal armazenado na fita precisa sofrer uma transformação para ser armazenado no disco do computador e poder ser manipulado pelos programas de edição-não-linear. É assim que o sinal tipo "DV" é convertido na gravação para sinais como, por exemplo, o sinal tipo ".avi " . No caso do HDV, o sinal armazenado na fita ou no HD (sinal tipo "MPEG2-TS" - abreviação de Transport Stream) pode ou não ser convertido durante a fase de gravação. Diferentes abordagens utilizadas pelos programas de edição permitem trabalhar de forma diferente com o formato HDV na edição.

A maioria dos programas que tradicionalmente trabalham já com o formato DV necessita de plug-ins para poder trabalhar com o formato HDV. Novas versões de programas que tratam HDV via plug-ins tendem a deixar de utilizá-los, incluindo este tratamento dentro de seu software principal.

Existem basicamente duas formas diferentes de abordagem no tratamento do sinal HDV para edição. Alguns programas permitem o trabalho direto com o sinal MPEG2-TS copiado da fita para o disco sem conversões adicionais. Outros programas trabalham de maneira diferente, convertendo o sinal MPEG-TS para arquivos do tipo ".avi " durante a fase de importação para o disco.

Por outro lado, o trabalho direto com o formato MPEG2 HDV exige muito da CPU (o que se traduz na necessidade de máquinas potentes). A edição não é em tempo real e é necessário renderizar até mesmo edições mais simples. Essa dificuldade decorre do formato altamente comprimido do MPEG2 e da necessidade da máquina "desmontar" os GOPs antes de poder de fato efetuar a edição do efeito para a seguir remontá-los com precisão.

A vantagem da conversão por outro lado é propiciar a execução de previews real-time dos efeitos aplicados no vídeo.

De maneira geral, trabalhar em edição com HDV exige maior poder de processamento do computador do que no trabalho com outros formatos, como por exemplo, o DV, e também capacidade bem maior de armazenamento em disco, principalmente se a forma de trabalho empregar conversão do MPEG2 TS para outros formatos, como ".avi".

Embora seu sinal possa ser exibido em TVs comuns do tipo SD, o objetivo do formato HDV é exibir uma imagem no formato 16:9 (widescreen), de alta resolução (HD) em TVs de alta definição (plasma, LCD, CRT, projetores DLP e outros). Em equipamentos comuns SD, a maior qualidade da sua imagem não é perceptível, sendo comparável à imagem de câmeras comuns SD (como Mini-DV, por exemplo) de 3 CCDs. O mesmo ocorre com DVDs gerados a partir de conteúdo HDV: o DVD-Vídeo é um formato SD, não HD.

sexta-feira, 19 de março de 2010

O que é Edição linear e não-linear? - Parte 1


No início da indústria cinematográfica os filmes eram editados linearmente, ou seja, as películas com as diversas tomadas eram cortadas e depois coladas na sequência desejada. Também chamada de edição-linear, ou seja, processo tradicional de edição de vídeo, criado antes do surgimento do micro-computador. O nome 'linear' decorre da forma como as imagens são acessadas nos originais e montadas na versão final: como as mesmas encontravam-se em fitas, é necessário efetuar uma busca sequencial, linear das mesmas; como o resultado é gerado também em uma fita, é gerado sequencialmente, linearmente, uma imagem após a outra. Não é possível através deste processo, por exemplo, inserir uma imagem entre outras duas já pré-gravadas na fita sem refazer todo o processo desde seu início.

Edição não-linear é o processo de digitalizar/capturar, as imagens que foram gravadas em um dos formatos (betacam/ digital/ super VHS/ DV/ HDV entre outros), para dentro de um computador e trabalhar com elas sem o uso de vários vídeos controlados por um editor, gerador de caracteres, mesas de efeitos, aparelhos de som e todo aquele grande conjunto de cabos e fios que são necessários para as convenções da “Ilha de edição convencional”.

Pode ser chamada de edição não-linear pela forma com que trabalha os vídeos. Nesta forma de edição não existe a necessidade de se trabalhar cada imagem no momento em que deve aparecer, podemos trabalhar cada imagem na medida da necessidade.

O nome 'não-linear' decorre da possibilidade que as imagens tem de serem acessadas de modo aleatório (ao contrário de uma fita de vídeo, onde o acesso é sequencial), uma vez que encontram-se gravadas no disco do computador (que possibilita este tipo de acesso, denominado randômico).

Os primeiros aparelhos de edição não linear eram computadores projetados apenas para esta função. Atualmente são usados computadores padrão com software proprietário como: Final Cut Pro (somente para Macintosh), Adobe Premiere (Tanto para PC quando para MAC), Avid (Tanto para PC quando para MAC) e Sony Vegas. Existe software livre para executar essa tarefa como: Avidemux (Multiplataforma), VirtualDub (somente para Windows) e outros.

Hoje praticamente qualquer um pode montar uma estação não linear. Quanto mais velocidade os processadores atingirem, hoje ultrapassam a barreira dos 4000Mhz, mais rápido e fluido se torna o trabalho. Outra vantagem é que a maioria das placas-mãe de ultima geração possuem as conexões IEEE - 1394 (firewire). Com câmera mini-dv e uma estação firewire e alguns programas de áudio e vídeo, você terá uma ilha de edição ou até mesmo uma produtora.

Requisitos desejáveis em um computador para edição:

· um HD somente para armazenar os dados (vídeo) e outro para os programas e o sistema operacional da máquina. Esta providência torna mais fácil operações como formatação e desfragmentação do disco, procedimentos recomendáveis periodicamente para melhorar a performance do sistema. Se possível ainda, o micro deve ser dedicado somente para edição de vídeo, minimizando assim eventuais conflitos com outros programas.

· HD com baixo tempo de acesso: quanto menor a velocidade com que o HD consegue localizar uma posição específica dentro do mesmo para ler ou gravar informações, melhor. Na escolha entre dois HDs, quanto menor este tempo (que pode tornar mais ou então menos demorado o processamento de efeitos por exemplo), melhor.

· memória RAM superior a 1 Gb.

A edição-não-linear envolve 3 etapas principais:


Na primeira etapa o material a ser editado é transferido para o HD em um processo denominado captura, através de uma placa instalada no computador e da conexão da câmera ou VCR à mesma através de cabos específicos. É possível, no entanto transferir para o HD o material a ser editado sem o uso de uma placa instalada internamente no micro, utilizando-se para isso um dispositivo externo de captura. Estes dispositivos são conectados através de cabos à câmera ou VCR e com o micro geralmente através de uma conexão USB ou FireWire.

Tendo sido o vídeo gravado dentro do computador, pode ter início o processo de edição (segunda etapa).

No próximo post seguiremos com este assunto.

quinta-feira, 18 de março de 2010

O que é EDIÇÃO?


Edição de vídeo é o segredo que permite que a televisão conte uma história, que os filmes nos transportem para novos mundos e que dá aquele toque especial ao noticiário da noite. Sem a edição, qualquer imagem filmada pelo cinegrafista nos aborreceria, além de horas a fio de imagens por programa.

Até a pouco tempo, a forma mais simples de edição de vídeo consistia em conectar uma câmera a um videocassete e registrar apenas seus momentos favoritos. Infelizmente, sempre que se copia uma fita cassete para outra, perdem qualidade, além disso, esse processo era trabalhoso e difícil. Com os computadores isso ficou muito mais fácil e, relativamente, rápido.

Hoje, com nossas câmeras digitais, a perda de qualidade na transmissão da fita para o computador, ou do HD, é nula, pois é apenas um fluxo de números que podem ser copiados sempre que o desejar.

Montagem ou edição é um processo que consiste em selecionar, ordenar e ajustar os planos de um filme ou outro produto audiovisual a fim de alcançar o resultado desejado - seja em termos narrativos, informativos, dramáticos, visuais, experimentais, etc. Em geral, a montagem é realizada pelo montador, em um equipamento compatível com a tecnologia empregada na realização do produto, sob a supervisão do diretor ou, em alguns casos, do produtor. Pode ser em meio analógico ou digital, linear ou não-linear.

Em termos muito simples, a montagem consiste em colocar os pedaços de filme (cenas e sequências) numa determinada ordem cronológica ou temática. O material já existe, mas é preciso pô-lo em ordem para ter um determinado sentido. É um pouco como acontece com um jornal, por exemplo: quando se faz a paginação, o material já existe todo (ou praticamente todo), mas não é ainda jornal enquanto as “peças” literárias não estiverem colocadas segundo uma ordem determinada (pelo paginador e também pelo editor/diretor).

Este processo é necessário, pois, ao contrário do que acontece em peças de teatro, os filmes normalmente são gravados em partes, divididos por cenas ou tomadas que são feitas diversas vezes e por diferentes ângulos.

A edição de vídeo consiste em decidir que tomadas usar, quais são as melhores e uní-las na sequência desejada. Pode-se inclusive montar as sequências fora da ordem cronológica de gravação ou do próprio tempo do filme.

Editar um filme ou vídeo não se limita a escolher as melhores cenas, é nesta fase da produção que são inseridos efeitos especiais, trilhas sonoras e legendas.

Como é realizada após a filmagem, a montagem é um processo de pós-produção e durante muito tempo foi considerada como o único processo original do cinema, aquilo que tornaria o cinema uma arte ou uma linguagem diferenciada das demais. Hoje, no entanto, vários autores consideram que há muitas semelhanças entre a montagem e os processos de composição em outras formas artísticas, tais como a poesia ou o romance.

Podemos também pensar em edição de vídeo indo além do corte mais como um "recorte", que se faz de alguma realidade ou estória que se quer contar. Assim a edição se iniciaria já no Roteiro ou mesmo antes, na concepção da idéia do filme.